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NUN´ EANES CERZEO

(  Portugal  )

 

Eanes de Cerceo (ou Serceo), Nuno. Nun' Eanes Cêrzeo. Cercio, Lalín (Pontevedra), c. 1195 – ?, c. 1265. Fidalgo galego e trovador da escola poética galego-portuguesa.

Como em casos semelhantes, o perfil biográfico deste poeta deve ser reconstruído a partir dos escassos e muitas vezes indiretos dados oferecidos pela documentação notarial da época, uma vez que a sua produção literária não permite estabelecer ligações com acontecimentos históricos específicos ou com outros poetas do universo galego -Movimento lírico português.

Sabe-se que o trovador, conhecido pelos cancioneiros como Nun' Eanes Cêrzeo, pode ser identificado com o cavaleiro Nuno Eanes de Cerceo (ou Serceo). Pertencia, portanto, à família “Cerceo”, linhagem originária da localidade atualmente conhecida como Cercio, situada no interior da Galiza, mais precisamente na Câmara Municipal de Lalín de Pontevedra. O património territorial desta família estendia-se a nordeste de Pontevedra e a noroeste de Ourense.

A documentação confirma que Nuno Eanes era proprietário de uma propriedade em Belesar (Coles, Orense). A sua linhagem aparece também ligada ao mosteiro cisterciense de Oseira (Cea, Orense), mosteiro que a irmã do trovador, Urraca Eanes, escolheu para o seu sepultamento.

Nuno Eanes já tinha falecido em 1268, ano em que a irmã entrou com um processo judicial com os filhos do trovador pelo usufruto de bens que pertenceram ao cavaleiro. Considerando estes dados e a possível localização cronológica dos seus irmãos (Urraca e Pedro Eanes) e filhos, pode-se deduzir que o seu nascimento ocorreu nos últimos anos do século XII e a sua morte na primeira metade dos anos sessenta do século XIII. .

Para além da área geográfica a que a sua família aparece ligada, é possível que parte da sua vida tenha sido passada no sudoeste da península, uma vez que os seus filhos, Afonso e Gonzalo Nunes, aparecem documentados em Sevilha (1268) e Badajoz (1270).

 Nesse sentido, supõe-se sua participação na conquista de Sevilha com Fernando III, talvez entre as tropas de Rodrigo Gómez de Trastâmara; que transferido para a esfera literária leva a pensar na presença de Nuno Eanes nas cortes literárias do rei e do referido magnata galego.

Os cancioneiros líricos galego-portugueses transmitiram onze composições amorosas deste autor (entre as quais a discordância “Agora me quer'eu ja espedir”, única composição deste tipo qualificada como tal pela própria tradição).

 

Obras de ~: “Agora me quer'eu ja espedir”, no Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa (B) 135; “Mia senhor fremosa, direi-vus ûa ren”, em B 132; “Par Deus, dona Maria, mia senhor ben-talhada”, em B 140; “Quand'ora fôr'a mia senhor veer”, em B 141; “Quer'eu agora ja dizer”, em B 131; “Senhor ¿e assi ei eu a morrer”, em B 133; “Senhor, esta coita, que ei”, em B 129; “Senhor, perdud'ei por vos ja o coração”, em B 137; “Senhor, que coitad'og'eu no mundo vivo”, em B 136; “Senhor, todos me entendem ha”, em B 134; “Toda'-las gente mi-a mi estranhas son”, em B130.

 

Bibl.: HR Lang, “A grosseria na velha poesia espanhola e portuguesa”, in Beiträge zur romanischen Philologie. Festgabe für Gustav Gröber (Halle), 1899, pp. 484-506; JA Souto Cabo, “Achegas documentais sobre Nun'Eanes Cerzeo, trovador galego da primeira metade do seculo xiii”, in Romanica Vulgaria Quaderni, 13-14 (1989-1994), pp. 147-176; AR de Oliveira, Depois do espetáculo dos trovadores. A estrutura dos cancioneiros e colecções dos séculos XIII e XIV, Lisboa, Edições Colibri, 1994; YF Vieira, In cas dona Maior: os trovadores na corte secular galega xiii, Santiago de Compostela, Laiovento, 1999; AR de Oliveira, O trovador galego-português no seu mundo,Lisboa, Notícias, 2001; JA Souto Cabo, “Airas Fernandes Carpancho e Nuno Eanes de Cêrcio”, in Ch. Ferreiro e I. Pena (coord.), Ou “Cancioneiro da Ajuda”, cen años despois: actas do Congresso da Direcção-Geral da Cultura Promoção em Santiago de Compostela e na Illa de San Simón de 25 a 28 de maio de 2004, Santiago de Compostela, Xunta de Galicia, 2004.

José Antonio Souto Cabo

Texto extraído de: https://dbe-rah-es.translate.goog/biografias/45649/nuno-eanes-de-cerceo-o-serceo?

 

VIEIRA, Yara Frateschi.   POESIA MEDIEVAL. LITERATURA PORTUGUESA.   São Paulo: Global, 1987.  208 p.  (Coleção literatura em perspectiva.  Série Portuguesa)        Ex. bibl. Antonio Miranda

 

       [ 18]   Agora me quer´ eu já espedir
da terra, e das gentes qui som,
u mi Deus tanto de pesar mostrou,
e esforçar mui bem meu coraçom,
e ar pensar d´ir alhur guarir.
E a Deus gradesco porque m´en vou.

Ca a meu grad´, u m´eu daqui partir,
com seus desejos non me veeram
chorar, nem ir triste, por bem que eu
nunca presesse; nem me poderam
dizer que eu torto faç´em fugir
d´aqui u me Deus tanto pesar deu.

Pero das terras haverei soidade
de que m´or´hei a partir despagado;
e sempr´i tornará o meu cuidado
por quanto bem vi eu em elas ja;
ca já por al nunca me veerá
mulh´home ir triste nem desconortado.

E bem digades, pois m´en vou, verdade,
se eu das gentes algum sabor havia,
ou das terras em que eu guarecia.
Por aquest´ era tod´, e non por al;
mais ora já nunca  me será mal
por me partir d´elas e m´ir mia via.

Ca sei de mi
quando sofri
e encobri
em esta terra de pesar.
Como perdi
e despendi,
vivend´ aqui
meus dias, posso-m´ em queixar.

 

*

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Página publicada em abril de 2023

 


 

 

 
 
 
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